(...)
“Tinham-se completado nos olhos um do outro e selado um pacto com o beijo que agora lhe latejava na memória, repetindo-se vezes sem conta.
Mas nada do que se tinha passado parecia ter importado para ela.
No dia seguinte partiria para longe. Para nunca mais voltar e ela estava feliz com outro alguém sem que esse facto carregasse algum tipo de infelicidade.
O caminho de terra batida desaparecia por baixo dos seus pés. O amontoado de árvores adensava-se, dificultando a sua passagem.
Ela tinha-o visto chegar. Recordava a culpa estampada no seu olhar, outrora doce. Ela sabia que o tinha magoado ao escolher estar ali em vez de estar com ele, despedindo-se pela derradeira vez.
Arrancou as memórias do seu pensamento.”
(...)
“No meio da escuridão da noite, deambulava sozinho. Devagar para não tropeçar mas raízes protuberantes das árvores que o rodeavam por todos os lados e cujas copas frondosas escondiam o céu estrelado.
A solidão e o silêncio caíam-lhe bem naquele momento. De mãos enterradas nos bolsos, caminhava sem destino. A dor da traição crescia-lhe no peito e estendia-se a todo o corpo, inflamando cada pedaço seu, cada ponta de esperança que o fazia respirar. Um par de lágrimas formou-se nos seus olhos e chorou. Como poderia ela ter-lhe feito aquilo? Durante anos admirara cada parte daquela rapariga. Amava as suas virtudes, respeitava os seus defeitos...
Ela era tudo para ele.”
(...)
I hate feeling like this
I’m so tired of trying to fight this
I’m asleep and all I dream of
Is waking to you